quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Folder do Lançamento do Observatório


Artigo - O Observatório dos Conflitos no Extremo Sul do Brasil

Carlos RS Machado

A cidade do Rio Grande, a primeira do estado como capital no século XVIII, importante pólo industrial e portuário marcou a história das lutas operárias no século XIX até os anos 1964 do século XX. As indústrias que floresceram entram em crise, mas algumas delas tiveram apoio durante a ditadura militar, incentivos legais e financeiros, por exemplo, a pesca industrial que levou a super exploração dos “recursos pesqueiros” em decorrência da perspectiva de mercado orientadora daquelas orientações; mas de outro, quase levou ao fim dos meios de subsistência dos pescadores artesanais de nossa região. Além, é claro da repressão ao movimento dos trabalhadores, militares e estudantes que questionaram este regime de exceção gerido em conformidade aos interesses de poucos e de forma não transparente.
Nos anos 1980, quando a ditadura, questionada interna e externamente, e insustentável pelos movimentos de massa nas ruas de nosso país, pois os meios de comunicação como a Globo e suas afiliadas não os divulgavam, começou a fenecer, tivemos eleições e novos gestores assumiram na cidade em inícios dos anos noventa. Neste período de “democratização” (de transição transada como diria Florestan Fernandes), a cidade elegeu um pescador, depois o filho e a seguir seu sobrinho, e disso se passaram 16 anos. O PMDB, partido destes senhores tinha sido o principal partido da luta contra a ditadura. E a exemplo do que tinha acontecido com o PT em Porto Alegre estará, em 2012, governando por 16 anos sucessivos a cidade, e, portanto, desenvolvendo um determinado projeto social, político e de utopia para a cidade.
Nas ultimas décadas, ao mesmo tempo, a questão ambiental ou o meio ambiente, tornou-se preocupação planetária, em função da ameaça do fim dos recursos energéticos, de matéria prima, territórios, enfim, dos meios necessários à geração de riqueza e, consequentemente, dos lucros e da riqueza para alguns poucos. De outro, aqueles explorados nos espaços de trabalho ao produzirem as coisas úteis às sociedades, expulsos de suas terras para ampliação do porto, jogados para áreas impróprias à moradia, ou como dissemos quase eliminados seus meios de vida (peixes) do estuário, certamente, comungam de outras perspectivas, e talvez, projetos e perspectivas de vida e de mundo.
Portanto, mapear e dar visibilidade as manifestações públicas aos conflitos decorrentes destas diferentes perspectivas que se manifestam no espaço público fortalecerá a democracia em gestação em nossa cidade e país. Este será, um dos objetivos do observatório dos conflitos do extremo sul do Brasil, que estamos construindo na FURG/com o apoio do Instituto de Educação e os programas de pós-graduação em Educação Ambiental e de Geografia e financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

PARTICIPAÇÃO DO PROF. IVAN SANTOS (da Universidade Central Marta Abreu de Las Villas) NO LANÇAMENTO DO OBSERVATÓRIO DE CONFLITOS

A Universidade Federal do Rio Grande - FURG realiza na quinta-feira, 15, o lançamento do Observatório de Conflitos Urbanos e Socioambientais no Extremo Sul do Brasil. Será às 18h30, na sala 6103 do Pavilhão 6, Campus Carreiros, dentro da programação do ciclo de palestras Quintas Urbanas. Após o lançamento, às 19h, o prof. dr. Ivan Santos da Universidade Central Marta Abreu de Las Villas, Cuba, aborda o tema “Governabilidade e participação popular em Santa Clara, Cuba”.
O Observatório tem como função registrar e divulgar os conflitos – urbanos e socioambientais – que, originários a partir da apropriação desigual de riqueza, territoriais e de poder, ocorrem no extremo sul do Brasil. Segundo os pesquisadores envolvidos, esses conflitos são chave para a compreensão da complexidade e diversidade de características que compõem o cenário da região bem como os posicionamentos (discursos) dos diferentes órgãos/grupos sociais.
Espera-se, através da coleta de dados, desvendar as desigualdades que compõem esses espaços e as relações e seus impactos sobre os diferentes setores sociais e o meio-ambiente bem como com a cidade.
Um dos objetivos é construir um banco de dados que serão divulgados a partir de 2012, fornecendo informações e subsídios para pesquisas na Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Também é um dos objetivos contribuir para a produção da democracia na cidade buscando a construção da cidadania plena, na qual os conflitos e a discussão dos diferentes projetos se fazem presentes nos espaços públicos, em torno da utopia de cidade e de sua sustentabilidade.
O projeto surgiu no ano passado, com financiamento do CNPq, sob a influência do Observatório de Conflitos Urbanos (ETTERN/ PRUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A coleta de dados sobre os conflitos, em periódicos (principalmente jornais) das cidades de Rio Grande e São José do Norte iniciou no dia 1º de janeiro. As atividades são coordenadas pelo prof. dr. Carlos Roberto da Silva Machado (IE/FURG) e as informações já estão sendo sistematizadas para auxiliarem na produção de artigos científicos dos bolsistas e divulgar o Observatório ainda em 2011. O financiamento é do CNPq.
FONTE FURG: http://www.furg.br/index.php?id_noticia=17929 (13 SETEMBRO 2011).

terça-feira, 6 de abril de 2010

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA AMBIENTAL E MIGRAÇÕES

O Programa de Pós-Graduação em História e o Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, através do Grupo de Pesquisa - Laboratório de Imigração, Migração e História Ambiental (LABIMHA)-, têm o prazer de convidar colegas pesquisadores para submeterem propostas de trabalho para o SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA AMBIENTAL E MIGRAÇÕES. O Simpósio acontecerá em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, de 13 a 15 de setembro de 2010.

O local do evento será a Universidade Federal de Santa Catarina. No Simpósio serão tratadas várias temáticas de História Ambiental e Migrações, contemplando diferentes períodos e regiões do globo. Como uma das características da Historia Ambiental, o Simpósio está aberto a pesquisadores de todas as disciplinas e backgrounds. As propostas devem atender a um dos seguintes temas:

ST 1. O Clima e suas implicações na história
ST 2. Agricultura, pecuária e impactos ambientais
ST 3. A flora, a fauna e os humanos em movimento
ST 4. Comunidades tradicionais e unidades de conservação
ST 5. Recursos energéticos
ST 6. Discursos, idéias e percepções sobre o meio ambiente

As inscrições estão abertas até o dia 30 de abril de 2010. As propostas devem ser submetidas através do site: http://www.labimha.ufsc.br/simposio/
Para maiores informações acesse o site ou envie um e-mail para: simposiohistoriambiental@cfh.ufsc.br

Atenciosamente,
Profa. Dra. Eunice Sueli Nodari
Prof. Dr. João Klug
Coordenadores do Simpósio

Professores pesquisadores apresentam suas contribuições teóricas no II EDEA - Encontros e Diálogos com a Educação Ambiental

No dia 07/04, quarta-feira, às 16h, a Prof.Dra. Paula Henning e o Prof.Dr. Humberto Calloni, apresentarão, no II EDEA - Encontros e Diálogos com a Educação Ambiental, na FURG, a Linha de Pesquisa: "Fundamentos da Educação Ambiental". Nesta conversa, será apresentado o Grupo Política Natureza e Cidade, evidenciando as ressonâncias do grupo junto à linha de pesquisa FEA e os desdobramentos de investigações produzidas neste espaço.

No dia 08/04, quinta-feira, às 16h, os professores Cléber Ratto, do PPG Educação da Unilassale e a Profa. Paula Henning, do PPGEA Furg, estarão compondo uma mesa-redonda no II EDEA, na Furg, intitulada: "Nietzsche e malditos afins: proovocações ao campo da Educação Ambiental". Nesta mesa, a professora Paula apresentará a pesquisa vinculada ao Grupo de Pesquisa Política, Natureza e Cidade.

Do dia 20 ao dia 23/04 acontece em Belo Horizonte, MG, o XV ENDIPE, Encontro de Didática e Prática de Ensino. Participe!

sábado, 3 de abril de 2010

A natureza da e na cidade em debate e disputa!, por Carlos RS Machado

Entre 22 e 26 de abril na cidade do Rio de Janeiro, dois grandes eventos marcaram o debate da natureza da cidade e da natureza/meio ambiente na cidade. O primeiro grande evento, pela quantidade de pessoas, entidades, organismos internacionais, governos, empresas, etc. no chamado Fórum Mundial Urbano (http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Home.aspx), caracterizado pela discussão da “cidade aberta aos negócios”, dos “problemas de insegurança nas cidades”, das propostas de “revitalização” ou “reconstrução” de áreas degradadas das cidades. O presidente Lula, ministros, governantes mundiais e estaduais. Locais e outras personalidades estiveram ou passaram pelo evento. No período, a imprensa local (o Globo), publicou capa inteira todos os dias, editoriais, e destaques de suas proposições – infra-estrutura e segurança. Ao mesmo tempo, o governo local e o estadual anunciam mais UPP (Unidades de Polícia Pacificadora), em diversos vilas e morros da cidade, e editorial do Globo (23 e 24 março) ressalta que só o anúncio já fez aumentar os preços dos terrenos e dos imóveis. Em contraposição, diríamos engatinhando, mas com inicio grandioso realizou-se a trezentos metros daquele evento outro evento: o 1º Fórum Social Urbano (http://forumsocialurbano.wordpress.com). Tal evento, a semelhança dos Fóruns Sociais Mundial preservou em seu desenvolvimento uma diversidade de entidades, como ONGs, movimentos sociais, partidos, etc. ao longo da semana, tendo inicio com uma manifestação reprimida pela policia da cidade. No penúltimo dia (25) realizou-se uma plenária com mais de 300 pessoas, que aprovaram a carta de debate (a carta do Rio) à qual receberá até dia 15/04 contribuições de movimentos sociais, instituições e indivíduos pelo correio eletrônico cartadoriofsu@gmail.com. Os participantes, também se comprometeram em construir o II Fórum Social Urbano paralelo ao próximo evento da ONU - Habitat (o Fórum Mundial Urbano). Portanto, se por um lado, a natureza da cidade, no caso a cidade capitalista e de sua transformação em mercadoria e/ou oportunidade aos negócios imobiliários, de segurança, de megaeventos, etc. ficaram explícitos, seja pelas propostas hegemônicas do evento do Píer Mauá (Fórum Mundial Urbano); por outro, pelas análises críticas em contraponto pelas conferências de Henri Acselrad, David Harvey, Peter Marcuse, Ermínia Maricato, dentre outros, sobre a natureza/meio ambiente na cidade e sua relação com tais proposições não ficaram tão em evidência. O meio ambiente/a natureza ainda é um detalhe, um elemento a mais nas reflexões – e não parte constituinte da totalidade das relações humanas. Predomina ainda, a visão, de separação dos humanos em suas relações com/da natureza como foi produzida pelo sistema hegemônico nos últimos 200 anos como nos ensina Aníbal Quijano e Boaventura de Sousa Santos. Mas, a reurbanização ou a reconstrução das áreas degradadas (e as maquetes publicadas mostram), aos UPPs ao “pacificarem o morro” ou em outras palavras ocuparem tal território; ou quando é denunciado que com as mares altas o esgoto volta para a cidade e alaga a área central, ou da poluição cidade, do trafego intenso, etc. tos são aspectos relacionados a uma determinada relação da sociedade/da cidade com a natureza. É parte intrínseca e não imediatamente perceptível, mas que devemos cada vez mais considerar nas relações sociais em sociedade/cidade e, portanto, na natureza da cidade que queremos: mais justa, solidária, democrática e com justiça ambiental.

Carlos RS Machado, é professor da FURG/PPGEA e realiza estudos de pós-doutorado no IPPUR (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional/UFRJ), e participou dos dois eventos.

28 de abril - Defesa de Mestrado: A Natureza do/no MST

No dia 28 de abril, às 14 horas, no PPGEA - Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental/FURG, Campus Carreiros, FERNANDA CIANDRINI, graduada em gestão ambiental e mestranda no PPGEA, apresentará sua pesquisa de mestrado, intitulada: A Natureza do/no MST, com a participação na banca da Prof. Dra. Paula Henning, da Prof. Dra. Jussara Mantelli e da Prof. Dra. Conceição Paludo. A dissertação, na contramão dos movimentos conservadores de criminalização dos movimentos sociais, em particular deste, apresentará reflexões críticas sobre as contribuições positivas relecionadas a natureza deste movimento social, e de como a questão ambiental/natureza, ao longo de sua trajetória, é ampliada e colocada cada vez mais em destaque entre suas preocupações políticas e em suas resoluções nos últimos anos. Convidamos a todos e todas a prestigiarem e participarem desta atividade de educação ambiental em nosso PPGEA.

Seja bem-vindo

ao blog do Grupo de Política Natureza e Cidade